31 de ago. de 2009

Um pouco de esporte

Neste exato momento, enquanto escrevo este post, encerrasse a primeira rodada do Campeonato Espanhol com o jogo do Barcelona contra o Sporting Gijon. Observando este jogo, não da para negar o esplendoroso poder ofensivo deste time, que mesmo sem quatro titulares mantém a mesma disposição tática sem cair o nível técnico. Uma beleza de time!

Beleza diferente do Real Madrid, que terá neste ano jogadores mais imprevisíveis no seu elenco, mas com muita vontade de ganhar títulos sobre os aplausos dos torcedores Merengues. Real que terá como maior desafio jogar mais bonito que o Barcelona e ganhar mais títulos que os catalães. Como eu queria isso por aqui.

Além do Campeonato Espanhol, pude acompanhar o massacre Interista contra os Rossoneris do Milan no Giuseppe Meazza. O Milan não se renova no meio campo e mantém uma base desgastada e sem tanta qualidade técnica (exceção do Pirlo, que não vem sendo regular como antes). Enquanto isso, Thiago Motta e Sneijder adicionaram marcação e qualidade de passe que faltava a aguerrida equipe Azul de Milão. Com Mourinho, este time da Inter dará trabalho e poderá surpreender na Uefa Champions League.

Por falar em UCL, o sorteio reservou o encontro das quatro equipes mencionadas acima, colocando em frente o ex-time de Kaká e o duelo Ibrahimovic e Eto’o contra o seu ex-clubes. Real Madrid x Milan e Barcelona x Inter de Milão prometem confrontos épicos. Enquanto nos outros grupos, ressaltando a sorte do Arsenal pegando um grupo mais fraco com adversários de menor expressão na Europa, e o grupo formado por Sevilla, Rangers, Sttutgart e Unirea, onde qualquer um dos times tem chance de passar e ser a surpresa da competição.

No Brasil, o futebol no final de semana não proporcionou grandes jogos, apenas com destaques para o empate maluco do Grêmio, que não ganha de ninguém fora de casa, e o Botafogo, que não ganha de ninguém no Engenhão, em um três a três baseado em erros e lance bisonhos, como o gol do Jonas, além do merecida goleada do Inter sobre o Goiás, em jogo onde houve amplo domínio do Inter e que foi marcado pela estréia com expulsão em lance de Fernandão em que ele “dá as costas” para o Magrão com excesso de força. Eu não creio que tenha sido lance para expulsão, porém, não vejo como erro absurdo da arbitragem. No jogo que chamou todas as atenções, São Paulo e Palmeiras fizeram um jogo sem gols e também sem graça, com destaque para a boa atuação de Marcos em lances casuais da equipe do São Paulo.

Só que não é só de futebol que vivemos de emoção na semana passada. A Copa América de Basquete, que está sendo realizada em Porto Rico, trouxe a renovada seleção de Moncho Monsalve buscando a classificação para o próximo mundial da categoria. Digo que a seleção é renovada, pois depois de muito tempo, jogadores da NBA e das principais ligas européias, além dos jogadores da NBB podem atuar juntos. Até agora, o Brasil ganhou os quatro jogos que disputou pela competição, mostrando um bom jogo de garrafão com os pivôs Tiago Splitter e Anderson Varejão, coisa que sempre faltou em outras épocas. Agora, o tiro de longe é uma opção e não a principal jogada do time. E Leandrinho, sem a condição de estrela da equipe, vem jogando muito mais do que em outras competições. Com a campanha atual, o Brasil demonstra ser a equipe favorita, numa competição de nível técnico baixo, mas que é importante para uma analise do que será necessário mudar no futuro do time. Algo que deverá ser feito também na Copa América Feminina, que terá inicio logo após o fim da competição masculina.

Na área da velocidade, muitas emoções com provas espetaculares da Formula Indy e Formula um, e uma prova morna da MotoGP. No caso das competições de Formula, a prova em Chicagoland pela Indy foi das melhores dos últimos tempos. Ryan Briscoe ganhou a prova por 0,0077s de diferença para Scott Dixon. Esta foi a quarta menor diferença da história da IRL. Mario Moraes chegou em terceiro e por muito pouco, não surpreendia na volta final. Mesmo assim, foi o melhor resultado do piloto da KV conquistado até agora em quase 2 anos competindo na Indy.

Na MotoGP, Jorge Lorenzo venceu a prova de Indianápolis e segue sua busca para evitar a conquista de mais um título de Valentino Rossi. E tudo deu certo para ele. Com Casey Stoner ainda fora, Lorenzo conquistou a vitória ajudado pelo erro de Dani Pedroza e Valentino Rossi, que caíram de suas motos durante a prova. No caso de Valentino, a queda ocasionou um problema no acelerador que impediu ele continuar na disputa da corrida e viu a diferença que tinha para o espanhol companheiro de equipe diminuir para 25 pontos faltando 5 provas. Podemos esperar muito mais emoção nas próximas provas, até porque está em Indianápolis foi atípica para os padrões das duas rodas, sem nenhuma grande disputa no templo do automobilismo mundial.

Em outro templo automobilístico, tivemos uma grande corrida em Spa, com Kimi Raikkonen voltando a ser o Iceman e conquistando a primeira vitória da Ferrari da temporada, além de voltar ao topo do pódio depois de um jejum de 1 ano e 4 meses. Destaques da corrida tiveram vários, em todas as linhas possíveis de imaginar. O drama do acidente que tirou Jenson Button e Lewis Hamilton no inicio da disputa, a ineficiência da corrida de Luca “How Bad You Are” Badoer com o mesmo equipamento que ganhou a disputa, os momentos  de tensão de Rubens Barrichello com problema no Motor nas ultimas três voltas, terminando a prova em chamas, além da alegria incontida da Force Índia, que conseguiu não só os seus primeiros pontos na categoria, mas subir ao pódio numa corrida impecável de Giancarlo Fisichella. Até notícias de bastidores apimentaram a prova, com a revelação de Reginaldo Leme que a Renault está sendo investigada por um suposto caso de manipulação de resultado da corrida em Cingapura na ultima temporada, que envolveria Nelsinho Piquet e a batida que ocorrera naquela edição do GP, que pode ter ocorrida após uma ordem de equipe partida de Flavio Briatore. De fato, um GP inesquecível.

É isso. Muita coisa que todo mundo já sabe que eu resolvo dar os meus pitacos. E que darei toda segunda feira. Segunda será o dia dos esportes aqui. Tomará que semana que vem tenha bons assuntos para comentar.

PS: O jogo do Barcelona, aquele que eu comentei no inicio do post, terminou 3x0, com Ibrahimovic fazendo gol e alguns lances de efeito. Este time é ainda favorito de tudo, sem dúvida!

27 de ago. de 2009

A cadeira vazia

“Oi filho”. Era uma resposta padrão, que falada em algum momento pode não ter significado algum. Para mim já era muito, depois que eu soube de uma história. História quem tem como protagonistas duas pessoas bem próximas: minha mãe e meu avô.

Meu avô era um cara durão, daquela velha geração que controlava tudo a ferro e fogo, muito possivelmente influenciado pelo ambiente a sua volta. Criado numa região de fazendas no sul de Minas, ele foi mais um que veio para São Paulo para tentar sorte. Casou, estabeleceu família na região do ABC e procurou trabalhar em alguma empresa da região. Conseguiu uma oportunidade em uma empresa e assim passou. Teve quatro filhas, sendo a mais velha a minha mãe, e um filho. Todos saudáveis e que até hoje estão por ai, no mundo, tocando suas vidas. Mas passaram por muito na infância. Meu avô sempre foi centralizador, daqueles bravos, que dificilmente abria o coração. Toda vez que minha avó não conseguia controlar a família, entrava em cena ele. Sempre tentando ensinar algo, nem que fosse da maneira mais dolorosa. Provavelmente todas as minhas tias e o meu tio sabem do que eu estou falando.

E a vida que seguiu. As filhas casaram (o filho mais novo continuo solteiro), formaram novas famílias, sendo que na primeira geração destas novas raízes desta arvore genealógica surgimos eu e meus irmãos. E crescemos muito próximo do meu avô. Ele ajudou meu pai a comprar o terreno do lado da casa dele e a construir aquela que seria residência de meus pais até hoje e sendo a minha durante 23 anos antes de morar sozinho por conta do trabalho.

Todos os dias, eu visitava meu avô e minha avó. Enquanto com minha avó eu sempre fui brincalhão e até certo ponto atrevido, com meu avô não era assim. Devido aos avisos varias vezes feitos pela minha mãe, eu evitava fazer certas coisas na frente dele. O que não me impediu de ver ele bravo algumas vezes, seja comigo ou com outras pessoas da família. Estas pequenas experiências faziam me sentir receoso ou com medo de como ele poderia reagir, mesmo em diversas oportunidades presenciar ele dando um sorriso e mostrar que estava feliz com a nossa presença. Até porque além de ser bravo, ele não compartilhava o que sentia. Era difícil colher alguma coisa dele que não fosse apenas uma reação ao que acontecia a sua volta.

Durante muito tempo, meu avô trabalhou no período noturno como porteiro em alguns prédios de São Paulo e do ABC. Isso ajudou a ver ele cada vez menos. E quando via por tradição, ele estava sentado em uma cadeira de balanço postada milimetricamente em frente à TV da sua sala de estar. Fumante, sempre via  acompanhado com um maço de Palace qualquer que fosse o programa, mesmo sabendo que os preferidos dele eram os jornais.

Durante parte da minha infância foi assim, até que um dia, ele sofrerá um derrame cerebral forte, que lhe causou como seqüela a perda parcial dos movimentos do lado esquerdo do corpo. O medo tomou conta da família, mas logo ele se recuperou. Depois passou por um período de fisioterapia para sua melhor recuperação. Um dia desses eu acompanhei minha mãe em uma das sessões de fisioterapia que ele fazia, e levaram para uma sala para conversar com outras pessoas que também tinham passado pelo mesmo problema. Naquele dia percebi o que de fato tinha ocorrido.

Como as memórias de infância vão ficando cada vez mais sem uma ordem cronológica, eu não me lembro se fosse antes ou depois desta sessão que minha mãe me disse: “Filho, trate seu avo bem. Não irrite ele, não faça com que ele fique nervoso, para que ele possa melhorar bem”. Isso foi uma ordem daquelas que eu não podia não cumprir. Mesmo ainda criança, mal saído para adolescência, eu sentia a obrigação de tratá-lo ele bem.

Então, logo após isso, toda vez que eu ia para casa do meu avô e encontrava ele na cadeira de balanço dele, tentando assistir TV ou o que seja, eu o cumprimentava com um “oi vô!”. Não era benção nem nada. Era apenas um oi comum, um pouco fora até dos padrões que ele tanto pregava. E ele, simpaticamente, falava para mim “oi, filho! Tudo bem?”. E disso eu tenho que me orgulhar, pois foi uma atitude acertada. Outro dia, após repetir diversas vezes este ritual, minha mãe comentou comigo que o “Vô” estava feliz comigo. Eu perguntei o porquê dele estar feliz. E ela disse que apenas eu chegava para ele e queria saber se ele estava feliz ou não, e de certa maneira, ele gostou desta atitude. Acho que naquele momento eu percebi que o homem fechado e bravo tinha um coração, e que muita gente só não sabia agradar ele para fazer transparecer aquele homem com sentimentos como qualquer um de nós.

E a vida seguiu, comigo sempre falando desde pequeno se ele estava bem ou não. Houve algumas mudanças neste período. Meu avô parou com o cigarro após o susto do derrame e até voltou a trabalhar, para depois se aposentar de vez com mais de 60 anos de idade. Eu, cresci, entrei na faculdade, me formei e até me mudei para longe do núcleo da Família no ABC, sendo o único membro pelo lado do meu avô a fazer isso. Mas é claro que sempre que eu voltava para a casa da minha mãe, eu passava na casa do meu avô só para fazer a tradicional pergunta.

Porém, no último ano, ele teve outros problemas de saúde que o fizeram o durão do meu avô perder um pouco da força. Varias internações, problemas que se alongavam e que nunca pareciam resolvidos. Alguns meses atrás o quadro clinico dele começou a piorar, até que ele teve um sério problema onde ele necessitou ficar de cama, rotina a qual aconteceu nos últimos dois meses. Quando eu aparecia na casa dele, eu já não encontrava ela na sua cadeira de balanço. Ele ficava na cama dele, com dores e reclamando muito da situação que ele estava. Mesmo assim, eu fazia questão de fazer todo ritual, mesmo que a resposta na hora do “tudo bem?” fosse um “mais ou menos”.

E aquela cadeira vazia representava toda vez que eu entrava na casa do meu avô como o tempo passava e como às vezes uma pequena atitude fazia a nossa vida um pouco mais feliz. Hoje, dia 27/08, meu avô veio a falecer. O sofrimento que ele tinha não irá mais ocorrer. E agora ele esta bem, como eu sempre quis quando perguntava para ele sempre que o via naquela cadeira.

Obrigado vô, que o senhor esteja bem agora.

21 de ago. de 2009

O erro da Telefônica

Um caso chamou minha atenção esta semana. O indiciamento do Vinicius Camacho Pinto, mais conhecido na rede pela alcunha K-Max, por ter descoberto uma falha em uma das paginas da Telefônica na web, através de um procedimento simples que era uma instrução para banco de dados (SQL Injection) e um script PHP para aceso via browser destas solicitações, concedendo acesso ao dados de usuários da empresa. Hacker conhecido por ter exposto várias vulnerabilidades de segurança em diferentes sistemas na web e fora dela, sendo as mais conhecidas o bloqueio de acesso dos sites do Google durante a última Campus Party e a possibilidade de roubar comunidades inteiras do Orkut via código, ele não teve muitas dificuldades para conseguir fazer o acesso. Ele deu uma entrevista a respeito sobre o que ocorreu ontem, enquanto a Telefonica soltou apenas uma nota sobre o fato.

Já existe muita discussão a respeito sobre como deveria ter sido o procedimento por ele adotado para avisar a Telefônica a respeito da falha. Opiniões a parte neste ponto, é preciso analisar o outro lado da questão. Se de fato a Telefônica não atualiza este site faz 3 anos, ela incorria em um erro gravíssimo. Não é possível trabalhar com TI sem se preocupar em criar métodos de gerencia e atualização dos sistemas da empresa. Um processo simples que poderia acabar com isso era adotar o controle de versão dos portais web e deixar uma pessoa responsável para analisar estes portais. Para uma empresa que tem mais de 20 mil funcionários, alguém que saiba rotinas web e com experiência em documentação de processo de negocio não seria um problema. Mesmo que ele não fosse alguém contratado, mas um auditor de sistemas que poderia enxergar e remediar esta situação

Como se vê, gerenciar conteúdo e atualização de sistemas conforme a necessidade é algo essencial. Nenhum sistema que esteja integrado com outros dentro de uma instituição pode ser desconsiderado. Em ambientes onde as informações são compartilhadas, mesmo que determinado sistema seja considerado de impacto baixo para o negócio, deve ser coberto dentro de um processo maior, relativo ao negócio. Dentro deste exemplo, o negócio da Telefônica sofre um impacto negativo muito grande. Primeiro, por ter um sistema que expõe dados de usuários que poderiam ser usado para outra finalidade na mãos de crackers em futuros golpes. Segundo, não é somente a área de TI que sofre o impacto. Quanto o pessoal de marketing da Telefônica deve estar gastando em campanhas para melhoria da imagem da empresa. O departamento jurídico, que ao acionar a justiça, tem um gasto x que pode lhe dar, dependendo do resultado da ação, um prejuízo N vezes maior.

Em suma, isto só mostra que estratégia e gestão de processos de negócios, visualizando todas áreas e todo e qualquer tipo de sistema é de fundamental necessidade para evitar este tipo de problema. Que as empresas de grande porte aprendam esta lição e não minimizem este caso como uma simples exceção que dificilmente repetirá. Pois até exceção nós podemos avaliar antes que elas ocorram.

Posts e Noticias Relacionados:

O hacker brasileiro que irritou a Telefônica

Sobre o processo contra @viniciuskmax

Programador pode ser punido com base no Código Penal

15 de ago. de 2009

A guerra santa na Internet

record

Esta imagem é do site da Record, que acaba de ser Hackeado pelo Skynet Group, mesmo grupo que atacou no início deste anos os servidores DNS da Telefonica, demonstrando a falta de estrutura do site. Agora, neste ataque eles fazem menção com dizeres contra a Rede Record e a Universal que vem sendo acusada de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro pelo Ministério Público e de certa forma, apóia a Globo em todos os fatos ocorridos nos últimos tempos.

Esperamos posição oficial da Record após tudo re-estabelecido. E com isso, chegamos ao nível mais tenso da Guerra santa que ocorre na TV Brasileira, que envolve muito poder e política.


 

desculpe Update 15:00 – Neste momento, o site da Record está fora do ar, tentando recuperar os dados.

 

 

 


Update 15:05 – Site da Record já está de volta ao ar. Não houve nenhuma menção em outros veículos de comunicação da Record. Sites da Universal e Afiliadas não sofreram com o ataque.

14 de ago. de 2009

Trusted Network

cazemark Agora pouco, vi a entrevista que o dono do Facebook, Mark Zuckenberg, participou com o Cazé para um especial da MTV referente a passagem dele no Brasil sobre sua gigante de 250 milhões de usuários que está chegando perto em visitantes únicos dos Gigantes Microsoft, Yahoo! e Google. (Veja os videos da entrevista aqui)

A minha impressão é que o Mark segue uma linha lógica de eventos em busca de um objetivo muito claro e definido na mente dele. Era perceptível durante a sessão que mesmo quando interrompido em algum desenvolvimento de resposta, ele retornava rapidamente a sua seqüência para concluir rapidamente. E não tenha dúvida, isso mostra um foco que poucos tem no mundo.

Durante toda entrevista, ele foi bem claro que a linha do Facebook está definida: ela foi feita para ser o modelo ideal de redes sociais no mundo. Politicamente correto, Mark não deixa transparecer que sua rede é melhor que as demais concorrentes, mas demonstra claramente que o produto que ele tem é diferente. Isso pode ser percebido até pela única resposta onde senti que sua linha clara não foi totalmente objetiva, quando foi perguntado sobre o Twitter. Claro que minha impressão foi desfeita logo. Existe uma estrutura enorme por trás do Facebook e que deviam estar analisando esta questão muito antes da engasgada dele. Esta entrevista foi gravada semana passada, e no inicio desta semana houve o anúncio da aquisição do FriendFeed, agregador de atualizações com estrutura muito parecida do Twitter. Eu não tenho dúvidas que o Facebook tem como objetivo utilizar a estrutura ja bem consolidada em possíveis novas funcionalidades de micro-blogging ainda timidas no Facebook (o conceito de News Feed e Highlights são os mais próximos já disponíveis)

O que mais chamou minha atenção foi uma declaração sobre Spam. Mark diz que eles têm uma preocupação enorme a respeito desta questão. Isso é um fato. Com perfil ativo desde 2006, posso relatar que o Spam no Facebook é muito menor em relação a outras aplicações. Isso esta diretamente ligado com duas razões: Políticas de segurança aplicadas desde a fundação do Facebook, com adoção de redes de contatos dentro da rede principal, que facilitam a integração de novos usuários com os recursos disponíveis. Lembrando que nenhuma rede social vem com manual de instrução, então quanto melhor a organização, o usuário sentirá mais a vontade para utilizar a rede e conhece-la.

Segundo ponto que também foi ressaltada pelo Mark: A estrutura aberta, com a maioria dos aplicativos sendo criados pelos próprios usuários através da Facebook Platform, API para desenvolvimento de sites. Mesmo quando uma aplicação não é bem recebida ou não tem o perfil ideal segundo a audiência do site, ela utiliza uma mesma estrutura padrão de chamadas do próprio site. E isto é fantástico! Você recebe chamadas iguais para aplicações diferentes. E ai está o ponto de novo. Da mesma forma que a questão de segurança foca usuabilidade, a plataforma do Facebook também ajuda nesta questão. E com isso é fácil de identificar quando você recebe uma atualização que não seja de um amigo seu ou de uma aplicação, o que não acontece em nenhuma outra rede.

E isso que eles estão pensando numa ferramenta global, que é sucesso do jeito que é em diferentes países do mundo. Quando isso passar a focar nichos menores, no caso gestão de conteúdo e funcionalidades por país, será muito fácil saber aonde o Facebook irá chegar.

11 de ago. de 2009

Quando será o EBP 2010?

Eu em primeiro plano no EBP 2009, by flickr.com/tanaka No último sábado, ocorreu em São Paulo o EBP 2009 – Encontro de blogueiros publicitários. Como o próprio nome do evento diz, vários blogueiros foram convidados e/ou se inscreveram para discutir em diversas mesas temas ligados aos blogs e publicidade. Cada mesa era composta por participantes diferentes e que davam enfoques diferentes ao mesmo tema, por conta da liberdade dada para cada palestrante em apresentar suas idéias, não seguindo nenhum padrão imposto pela organização. Isso fez com que cada mesa fosse diferente da outra em relação na maneira de discutir o conteúdo com a platéia. Platéia esta que fez de tudo. Praticamente todos os presentes tinha sua conta no Twitter e atualizavam suas percepções sobre cada palestra. Com isso, era possível através da busca no Twitter Search pela Tag #ebp2009 saber o que cada um pensava a respeito do que ocorrera em tempo real a frente deles. Se fosse descrito em palavras em voz alta, seria uníssono os elogios sobre muito dos convidados.

Um elogio vale também para o local escolhido. Não existia estrutura melhor em São Paulo que a existente na FAAP para realização deste evento. A possibilidade de fazer um evento 100% interativo só possível graças a excelente conexão proporcionada pela instituição.

Outra coisa que devem ser mencionada foi o espaço dado para os anunciantes e suas ações em torno do evento. Ao pensar que um simples comentário no Twitter de um dos 150 participantes poderiam replicar para até 100 mil usuários diferentes no Twitter, fora os visitantes de outras redes sociais que tinham atualizações constantes como Flickr, Meme ou Orkut, as ações primaram pela originalidade e qualidade. Três ações que gostei muito foram a Olympus, com o seu desafio Blogueiro a Prova da Água, que irá gerar comentário pós evento sobre a Digital Stylus 850W, o Big Idea Chair, mais uma ação institucional do Yahoo!, e a Skol divulgando o lançamento da nova campanha comercial deles, o Churrasco! Esta última ação contou com um NoB por conta da Skol, mas que eu não fui por conta de outros compromissos. Ações que primaram por serem simples, direitas, e que falam diretamente com o quem eles queriam.

Além destes detalhes, outro fato que chamou minha atenção foi algumas frases que dentro e fora de um contexto marcaram o evento. Uma delas eu não tive oportunidade de ver ao vivo, mas foi muito propagada graças a este tweet do Merigo do Brainstorm 9, e foi lançada durante a apresentação do Raphael Vasconcellos:

“A propaganda é o preço que as empresas pagam por não serem originais”

Outras frases foram:

“O que me impressiona é a capacidade do brasileiro em ser tecnologicamente criativo” – Marcelo Tas

“O digital morreu, não existe mais como forma isolada de comunicação. Hoje o digital é tudo e nada ao mesmo tempo” – Marcelo Trípoli, falando sobre o fim da mídia digital e o surgimento de uma mídia única que engloba tudo.

“Criando cozinheiros que não sabem cozinhar.'' Neto da Agência Bullet falando sobre a sua preocupação com o mundo publicitário. Alias, esta frase foi proferida durante a melhor mesa de discussões do evento, quando a proposta foi discutir inovação, talvez os participantes (além do Muniz Neto, Pedro Porto, André Matarazzo e Igor Puga) não tenham conseguido discutir de fato o tema, que não retira em nada as ótimas sacadas discutidas.

Para quem quer ver algo mais sobre tudo o que aconteceu, no site do evento existe algumas das apresentações já disponíveis para revisão e download.

E antes de terminar esta entrada, ressaltar o belíssimo trabalho de background para o Guilherme Cury e o Gabriel Jacob, e deixar para eles uma pergunta que demonstra o que eu achei de tudo: quando será o EBP 2010?