Uma semana com ótimos assuntos e algumas polêmicas, envolvendo temas e discussões que particularmente eu adoro. A discussão sobre o substitutivo ao projeto de lei de crimes digitais ganhe destaque na Carta Capital, onde o jornalista Leandro Fortes mostra os pontos dissonantes desta lei e que podem prejudicar o usuário final. Existem questões técnicas que ficam implícitas na reportagem e que são fundamentais para esta discussão. A questão que eu mais gosto é: o custo em alocar os dados dos usuários por 3 anos em um repositório não implicaria custos parecidos aos gastos com investimento de assinaturas digitais e sistemas de segurança mais eficientes para evitar os crimes digitais para grandes empresas de Internet?
Neste ponto fica o principal foco de discussão. Através das leis, o impacto final pode ser revertido para os usuários finais e não para empresas, sendo que no futuro os gastos para implantações destes repositórios acabaria diminuindo os gastos do provedores dos serviços web em questão, ou seja, o ônus da falha no serviço reverte não para quem falha, mas sim para quem recebe o serviço.
Lembrando da minha opinião já expressada neste blog, é sim importante a discussão em torno de uma lei contra crimes digitais em todas as instancias, mas que não marginalize apenas um lado ou o lado mais fraco da questão. Ou alguém tem dúvida que isso possa acontecer?
Mas não foi só isso. Tivemos um quebra de paradigma esta semana. Um blog corporativo tomou conta das discussões em grandes veículos de mídia, e também nas redes sociais. O blog em si é o blog da Petrobras, que foi criado para defender os interesses da empresa em relação a tudo que é falado em relação a empresa, principalmente devido a CPI que está sendo instaurada em Brasília.
A quebra foi feita quando uma empresa de capital publico abriu suas relações com a imprensa, ao divulgar questões dos jornalistas de grandes jornais como Folha, O Globo e O Estado de S. Paulo, que segundo as próprias informações do blog, poderiam ser manipuladas por conta de interesses políticos doravante da CPI, e com fundo para as eleições presidências do ano que vem.
Diversas opiniões foram emitidas, entre algumas que eu li estavam as opiniões de Pedro Dória questionando como está a relação entre imprensa, setor público e setor privado, Fabio Seixas, que comemora o fato e lembra que questões como o poder da imprensa pode ser alterado e compara com a situação que viveu a indústria da musica com os adventos das redes P2P, a interessante compilação de informações do blog Bereteando ressaltando como os jornais e os jornalistas estão tendo opiniões diferentes em relação e todos os pontos positivos que podemos ter com o maior número de informações sendo divulgados. Também vale ressaltar a opinião do Kennedy Alencar, colunista da Folha de São Paulo, totalmente contrário da atitude da empresa, porém fazendo mea culpa sobre como a imprensa brasileira tem comportado nos últimos tempos; e a entrevista do Professor Roberto Romano, que questiona até aonde um empresa pública pode utilizar uma ferramenta de comunicação para ataque ao poder legislativo.
Não podemos esquecer que o objetivo primário do blog é uma defesa ao que será vinculado na imprensa sobre a CPI que irá investigar desvios que podem estar acontecendo dentro da estatal. Ou seja, o embate proporcionado pelo abertura do blog pode ser esvaziado para o vazio discurso político brasileiro que ocorre desde a redemocratização do Brasil. Em vez de discutir a abertura das relações de imprensa do Estado através da Internet, ou a consolidação dos blogs corporativos, atingindo talvez um dos locais de maior resistência que seria o setor público, pode ser levada as trevas pelo jogo politico de interesses pouco claros ainda para maioria da população. Enfim, e tanta coisa que pode ser discutida que deveria ser feito um livro a respeito.
E deixei para o fim uma discussão que teve entre o Jornalista Luís Nassif, e o ex-assessor político e blogueiro Gravataí Merengue, que teve como plano de fundo os dois temas acima. Quando a discussão de temas relevantes a sociedade por duas figuras publicas e formadores de opiniões cai no viés da pura e simples rixa politica ou superficialidade de pontos como o meu é melhor que o seu, pode se dizer que ambos perdem a razão. Acompanho ambas as pessoas, concordo e discordo das opiniões deles expressadas em ambos os veículos que eles possuem. Ou seja, o que aconteceu esta semana não valeu nada para eles e nem para o papel que eles exercem e que deveria ser o mais importante, como socializadores de informação e formadores de opiniões dentro de um ambiente muito pobre e canhestro que é nossa politica. Esta nota como as notas deles nos respectivos blogs, nem merece comentários a parte.
E isto ocorreu só nesta semana. Ótimo isso!