É triste verificar que o produto que deveria ser o mais importante do nosso futebol não é tratado como tal. Graças a um calendário que não privilegia o maior e mais importante torneio (bem ilustrado neste post de abril do Blog Olhar Cronico Esportivo).
Uma das coisas que mais me espanta é a falta de capacidade de quem organiza o torneio de gerar renda em cima do produto que tem. No caso, a CBF. Em qualquer outra parte do mundo, este torneio teria ua gestão forte e agressiva, pois o retorno de mídia de praticamente todos os times é garantido, seja em ambito local ou nacional.
Um exemplo que mostra onde a CBF perde muito dinheiro foi o último relatório da Consultoria Deloitte, sobre o Mercado Europeu de Futebol. É de espantar com os números, mas que são claras consequencias das politicas de gestão esportiva implantada na maioria dos clubes, em conjunto com as politicas públicas adotadas por alguns países, como a Inglaterra, que colhe os frutos da Relatório Taylor, muito embora este relatório só tenha sido elaborado após a tragédia em Hillsborough (link em inglês), e a Alemanha, que utilizou a bem-sucedida Copa do Mundo como impulso para transformar a Bundesliga na segunda maior liga em geração de receitas da Europa.
No Brasil, a coisa é bem diferente. Graças algumas convenções tolas, houve uma desvalorização do Campeonato Brasileiro em relação aos torneios em formato de Copa, como Copa do Brasil e Libertadores. Como as receitas de muitos clubes estão atreladas ainda a receita da TV, e a TV depende dos números de audiência para mensurar o valor do Campeonato, é extremamente interessante para quem tem os direitos de transmissão (no caso da Globo) de passar o jogo de mais interesse. Ok, muitos irão dizer que ela faz o certo. Do ponto de vista comercial sem dúvida. A questão é o futebol é movido pela paixão dos torcedores, e os clubes não trabalham pela paixão deles. E sim para números de audiência de quem tem os direitos das partidas. Com a conivência da CBF, que participa diretamente nas decisões de caracter economico do Futebol Brasileiro, mesmo não sendo necessário, em não mudar o calendário para um formato que privilegie o produto principal, a Globo tem totais poderes dentro das competições que transmiste, uma vez que ela tem direito em todos os campeonatos importantes do Brasil.
Está desvalorização fica evidente quando um time como Corinthians está na Final da Copa do Brasil, atraindo toda atenção da Midia para este evento, sendo que o Campeonato Brasileiro está em seu inicio, e no momento que deveria ser de apresentação das grandes equipes para todos. Ou seja, existe a subvalorização de um produto em detrimento de outro, que tem retorno de midia alto, porém curto, pois são apenas dois jogos entre os clubes em todas as fases. Enquanto um campeonato voce enfrenta todas as equipes do torneio, totalizando mais de 30 confrontos.
Assim, o Brasileirão só começa de fato após o fim da Copa do Brasil e da Libertadores da América. Isso até o dia que a Copa Sulamericana tornar objeto de desejo de clubes aqui do Pais.
Finalizando, a equação CBF, Globo e Clubes com suas atuais administrações não estão gerando o devido valor aquilo que é mais importante para o futebol: o torcedor e sua paixão, sem dar também exposição e estrutura necessária para o produto que deveria ser de maior exposição, que é o Campeonato Brasileiro.
9 de jul. de 2009
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