Agora pouco, vi a entrevista que o dono do Facebook, Mark Zuckenberg, participou com o Cazé para um especial da MTV referente a passagem dele no Brasil sobre sua gigante de 250 milhões de usuários que está chegando perto em visitantes únicos dos Gigantes Microsoft, Yahoo! e Google. (Veja os videos da entrevista aqui)
A minha impressão é que o Mark segue uma linha lógica de eventos em busca de um objetivo muito claro e definido na mente dele. Era perceptível durante a sessão que mesmo quando interrompido em algum desenvolvimento de resposta, ele retornava rapidamente a sua seqüência para concluir rapidamente. E não tenha dúvida, isso mostra um foco que poucos tem no mundo.
Durante toda entrevista, ele foi bem claro que a linha do Facebook está definida: ela foi feita para ser o modelo ideal de redes sociais no mundo. Politicamente correto, Mark não deixa transparecer que sua rede é melhor que as demais concorrentes, mas demonstra claramente que o produto que ele tem é diferente. Isso pode ser percebido até pela única resposta onde senti que sua linha clara não foi totalmente objetiva, quando foi perguntado sobre o Twitter. Claro que minha impressão foi desfeita logo. Existe uma estrutura enorme por trás do Facebook e que deviam estar analisando esta questão muito antes da engasgada dele. Esta entrevista foi gravada semana passada, e no inicio desta semana houve o anúncio da aquisição do FriendFeed, agregador de atualizações com estrutura muito parecida do Twitter. Eu não tenho dúvidas que o Facebook tem como objetivo utilizar a estrutura ja bem consolidada em possíveis novas funcionalidades de micro-blogging ainda timidas no Facebook (o conceito de News Feed e Highlights são os mais próximos já disponíveis)
O que mais chamou minha atenção foi uma declaração sobre Spam. Mark diz que eles têm uma preocupação enorme a respeito desta questão. Isso é um fato. Com perfil ativo desde 2006, posso relatar que o Spam no Facebook é muito menor em relação a outras aplicações. Isso esta diretamente ligado com duas razões: Políticas de segurança aplicadas desde a fundação do Facebook, com adoção de redes de contatos dentro da rede principal, que facilitam a integração de novos usuários com os recursos disponíveis. Lembrando que nenhuma rede social vem com manual de instrução, então quanto melhor a organização, o usuário sentirá mais a vontade para utilizar a rede e conhece-la.
Segundo ponto que também foi ressaltada pelo Mark: A estrutura aberta, com a maioria dos aplicativos sendo criados pelos próprios usuários através da Facebook Platform, API para desenvolvimento de sites. Mesmo quando uma aplicação não é bem recebida ou não tem o perfil ideal segundo a audiência do site, ela utiliza uma mesma estrutura padrão de chamadas do próprio site. E isto é fantástico! Você recebe chamadas iguais para aplicações diferentes. E ai está o ponto de novo. Da mesma forma que a questão de segurança foca usuabilidade, a plataforma do Facebook também ajuda nesta questão. E com isso é fácil de identificar quando você recebe uma atualização que não seja de um amigo seu ou de uma aplicação, o que não acontece em nenhuma outra rede.
E isso que eles estão pensando numa ferramenta global, que é sucesso do jeito que é em diferentes países do mundo. Quando isso passar a focar nichos menores, no caso gestão de conteúdo e funcionalidades por país, será muito fácil saber aonde o Facebook irá chegar.