Em uma referência pop bem simples para começar este texto, lembrei do filme Men in Black, onde os personagens de Tommy Lee Jones e Will Smith tentam evitar a todo custo uma guerra na galáxia entre duas raças alienígenas por conta de um “universo”, que estava escondido em um simples gatinho. Uma história simples, cheio de clichês de Hollywood que indicavam a luta entre o bem e o mal, a supremacia de uma raça sobre a outra e o desconhecido, que pode estar na frente dos nossos olhos e nem percebemos.
Quando eu assisti o final do BBB, tive a mesma sensação. Lembrei deste clichês pop bobos a cada mensagem em diferentes meios aqui. Sejam as mensagens replicadas em todos os Life Streaming ou em Chats de blogs, o que se via era uma tendência muito clara ao rompimento no final do programa. Talvez porque não só os participantes do programas foram testados ao limite, mas também porque o próprio público do programa, não acostumado a tamanho choque cultural, teve uma surpresa ao ver que um bando de pessoas normais entraram na casa e disputaram ferro e fogo tudo que acontecia lá. É claro que esta disputa só foi possível porque houve alguém no comando que quebrou as regras e em vez de trazer para o plano principal um assunto polemico, resolveu trazer vários. E o Boninho foi claro várias vezes: era um jogo, um reality show. Era personagens do mundo real de Andy Warhol atrás daquilo que um dia foi deles de direito: seus 15 minutos de fama.
E isto é indubitável. O BBB foi um jogo onde tiveram diversos estilos diferentes se confrontando em ambientes outrora desconhecido. Seja os valentões e ogros que não sabiam tratar uma donzela, seja ela do sexo masculino ou feminino, ou as mulheres descontroladas que como único controle tinham o pudor, este que segue a humanidade desde a folhinha de adão. E dentro disso existiram ali alguns que tentaram analisar o jogo como se fosse um filme de Cameron, com muito efeito especiais e rasos de roteiro como uma fotografia de casamento, ou como um filme dos irmãos Coen, sabedores que antes do filme vem um ambiente e seus personagens que vão além da superfície de um sorriso ou uma ruga de expressão. Mas não era isso que se pedia ali. Não precisávamos ter profundidade, até porque estávamos falando de TV aberta as 22 horas, o prime time da TV, que na segunda vem seus Blockbusters favoritos e na quarta com o toque de bola das linhas tortas de futebol.
Pensar que aquele pobre mortal que entrou naquela casa possa mudar o mundo ou acreditar que a frase dele seja manchete da hora de cada jornal online seria muito. Talvez as 40 milhões de cabeças que acompanharam o programa poderiam avaliar corretamente o que ocorrera, não é verdade? Mas, sendo o mundo este lugar onde os clichês dominam as bilheterias da vida, não seria aqui fora que a resposta sobre este programa seria achada, né? O BBB é o microcosmo que pode ser o motivo da guerra, mas enquanto as raças não se entenderem aqui fora, não podemos culpar os monstros ou os anjos que estavam lá dentro. Meu medo é a continuação do filme.