3 de mai. de 2010

E o Robinho hein…

Robinho muitas vezes atrás os holofotes para cima dele. Nunca um aspone conseguiu tamanho holofote

Neymar, Ganso e Robinho comemoram o primeiro gol do Santos na final do Paulista contra o Santo André

Engraçado a vida de jogador de futebol. O foco da grande mídia é em cima de dois jogadores do único time brasileiro que tem um titular da seleção brasileira que vai a copa do mundo, sendo que o motivo é a convocação deles para a copa do mundo aos 44 minutos do segundo tempo.

Robinho voltou de um longo período na Europa sem grandes resultados. Ganso era questionado pelos técnicos que passavam pela equipe santista pela sua qualidade técnica, enquanto Neymar era dito como promessa, mas ainda era franzino e não agüentava o contato físico exigido pelo futebol dos dias de hoje.

Em suma: o time do Santos era para ser um tremendo fracasso, pois apostar nessa formula de equipe para campeonatos de 3/4 meses como a Campeonato Paulista e a fase inicial da Copa do Brasil era um risco do tamanho do mundo. E era claro que Dorival Junior ia explorar a ofensividade desta equipe. Ele fez, e o Santos surpreendeu. Mais do que isso, ele encantou e apaixonou muita gente que gosta do bom futebol.

Mas o que mais impressiona neste resultado foi a inversão dos papéis no time do Santos. Neymar e Ganso são as principais peças deste Santos. Robinho virou um coadjuvante de luxo. Um coadjuvante que é o único titular da seleção no país. E um coadjuvante que faz jogadas espetaculares durante todo o campeonato, mas que são apenas lampejos do craque que todos nós pensamos que ele ia ser e que hoje vemos nos gols de Neymar.

Durante o jogo de ontem, reparei que Robinho não tem explosão física para fazer um drible em velocidade. Em vários momentos, ele tentou finalizações de bico em detrimento das tentativas de drible. Onde está aquele driblador que encantava os olhos de muitos brasileiros em 2002, 2003 e 2004? Muitos especialistas diziam que aquilo era coisa de malabarista sem objetividade. E aos mesmos olhos que encantava, Robinho sucumbiu aquelas expectativas geradas em torno de sua mágica, que virou truque de um malabarista sem objetividade.

É impressionante a fase que vive o time do Santos, mas é mais impressionante como o time do Santos não depende do Robinho, e sim dos garotos outrora questionados e que, por conseqüência e fruto do ótimo trabalho deles, viraram astros em um piscar de olhos. E do outro lado, Robinho continua a jogar como se ele vivesse do que fez antes.

Será que Robinho se enfadou do Futebol como Ronaldinho Gaúcho parece ter feito? Conhecer a fortuna, saindo da pobreza extrema e descobrindo tudo o que a riqueza pode trazer de bom e de ruim, fez dele parecer mais aquele funcionário padrão que se omite nas grandes instituições durante anos e anos, em cima do sucesso dos demais, do que um rei, que o time da baixada já teve um dia e que procurava por um príncipe por muito tempo.

É Robinho, o título pode ser do Santos, mas você terá que fazer muito mais na copa para poder apagar esta minha impressão. Se bem que o Julio Cesar, o Maicon, o Daniel Alves, o Lúcio e o Luis Fabiano possam livrar sua cara de novo, né?