6 de set. de 2009

Riscos globais na era da informação

Quando temos duas situações ocorrendo na mesma semana, com os mesmos personagens, com acusações parecidas, mesmo sendo estas situações completamente diferentes, existe provavelmente algo de errado. Então, vamos analisar.

O primeiro fato ocorrido foi a divulgação do vídeo de uma campanha não aprovada da DM9 para WWF, onde eles fazem uma menção entre o que ocorreu no 11 de setembro com o Tsunami que varreu a região da Indonésia. (Vídeo Abaixo). A exibição do vídeo chocou muito americanos indignados da forma como foi narrado o caso. A DM9, em contrapartida, diz que após reuniões com o WWF e apresentação do material, eles optaram por não vincularem esta peça publicitária e pediram desculpas pelo fato.

 

Logo após, no outro dia, uma blogueira de tecnologia do Site TechCrunch criticou o Brasil por não conseguir seu visto de entrada no Brasil devido a problemas burocráticos, e colocou no seu post uma Bandeira do Brasil com a inscrição “EPIC FAIL EVER”. Até o presente, não houve outra manifestação no site a respeito do tema, mesmo o post recebido várias mensagens e muitos usuários brasileiros estarem reclamando que alguns de seus posts não foram divulgados.

Qual a relação que podemos fazer entre ambos os casos? O risco que as novas corporações no mundo têm em não analisar ou potencializar qual é o tipo de exposição que uma determinada ação pode ter em outra cultura. Esta semana, ocorreram dois fatos ligados a países com muito mais semelhanças culturais, o que diminuiria o risco de fatos assim ocorrer. Isso quando envolve países onde as barreiras culturais podem ser muito maiores poderia ter impacto em relações comerciais muito mais amplas. Imagina se um fato que ataque a honra do país fosse feito em referencia a China? Ou se uma campanha mostrando brutalidade contra vacas fosse apresentada na Índia? Portanto, este tipo de analise é fundamental para evitar problemas no futuro. E estes riscos aumentam ainda mais conforme a informação é transmitida cada vez mais rapidamente, através de canais de exposição global. No caso da DM9, o YouTube ou o Vimeo pode ser visto em qualquer país do mundo. E o TechCrunch é referencia na área de tecnologia em diversos países e com uso de tecnologias como RSS, em questão de minutos algo escrito a mais de 10 mil Km pode fazer um estrago imenso aqui.

Muitos estudos analisam como é importante a questão cultural e o risco envolvido na implantação sistemas de informação, como este aqui, mas nada como um exemplo prático para um entendimento melhor como não mensurar estes riscos com qualquer atividade que impacta uma cultura diferente dentro daquele trabalho feito.

Um comentário:

Alessandra Colla Soletti disse...

Maravilhoso este post, Thiago!
Com a internet as marcas nunca estiveram tão expostas e é preciso cuidado redobrado nas campanhas. Ademais, no caso da DM9, qualquer pesquisa no Google traria como resposta o fato de que o Tsunami não é provocado por desequilíbrios ambientais. O Tsunami foi consequência de um maremoto (terremoto no mar). Tsunamis existe desde a época Bíblica. Só falta então dizer que naquela época havia muita poluição... Seria tão mais fácil, simples, rápido, certo e criativo se fizessem um comercial com algo como "O mundo que você faz é o que você deixará para seus filhos". E relacionando atitudes erradas como desperdiçar água com crianças morrendo de sede, etc.

Eu poderia trabalhar na DM9.
Bjs
Ale