Com os títulos do campeonato de construtores e de pilotos definidos, já é possível fazer um resumo do que houve nesta temporada. Vamos do início:
A surpresa sem dúvida nenhuma foi a Brawn GP. Equipe formada a partir do espólio da falida Honda, ninguém esperava um grande resultado dela no início. O que não se sabia era que o pacote aerodinâmico desenvolvido para esta temporada era muito bom, anos a frente dos outros times da categoria, e ainda recebeu um upgrade e tanto: o motor Mercedes, que comprovou ser o melhor da categoria.
Porém, o carro da Brawn não era perfeito. É só lembrar que Rubens Barrichello teve alguns problemas no início do ano com ele. E a conseqüência foi a brutal diferença que foi aberta por Jenson Button, quando conseguiu 6 vitórias nas 7 primeiras corridas. Todo mundo decretava após o GP da Turquia que o título já era dele. Foi questão de administrar e isso foi fundamental: quando o carro esteve nas mãos de Rubens com bem menos problemas, ele conseguiu excelente resultados. Aliás, Rubinho é melhor piloto que Jenson, mas ambos tinham carros totalmente novos, com características nunca antes experimentadas pelos pilotos. E dentro deste cenário, o inglês se destacou em cima do Brasileiro
Alguns poderão se perguntar por que a Red Bull, equipe que não tinha vitória nenhuma antes desta temporada e que rivalizou com a Brawn a disputa na maioria das provas do ano não foi considerada uma surpresa para eu. Pelo simples fato que a evolução da Red Bull foi mais natural que das outras equipes. E ninguém esperava quedas tão abruptas de BMW, Renault, Ferrari e McLaren, todas prejudicadas no desenvolvimento dos chassis por conta da utilização do KERS, que de novidade tecnológica passou a ser tratado como lixo. Portanto, palmas para Red Bull, que conseguiu um trabalho exemplar e andava de igual para igual com as equipes que utilizavam o difusor duplo.
Aliás, o difusor duplo foi a maior polêmica deste novo regulamento da F1. Os carros novos tiveram redução nos aerofólios traseiros e aumento do bico dos carros para aumentar o arrasto aerodinâmico, proporcionando um maior número de ultrapassagem durante as corridas. O que aconteceu foi o contrário, pois algumas equipes desenvolveram várias estruturas para manter os carros aerodinamicamente no chão. Vocês podem notar que no inicio do ano o bico do carro da Brawn era completamente diferente dos outros, pois ele foi feito para jogar o fluxo de ar para o centro do assoalho, onde existe o difusor que gerava um turbilhão de ar em apenas uma determinada linha. Com isso, o carro ficava preso pois a pressão do ar cima era muito maior. E o difusor aumentou ainda mais esta pressão e as maquinas da F1 ficaram ainda mais dependentes da aerodinâmica. Esta opinião não é só minha, mas de muita gente do meio. Alguns artigos que falam sobre tema é este do Andre Jung e este do Ivan Capelli no ínicio do ano mostra como foi confuso isto.
Porém a formula 1 viveu este ano muito mais nos tribunais do que dentro da pista. Seja Renault ou Hamilton ou as equipes dos difusores no inicio do ano ou ainda as novas regras que o Max Mosley gostaria de implantar para atrair mais garagista e menos montadoras que quase ocasionou um racha na categoria, tudo foi motivo para tirar o foco das pistas e olhar para salas com os homens de terno tentando achar uma melhor solução para tudo. E sabe o que é pior: muita coisa na pista deixou a desejar. Provas fracas como Valencia, Cingapura e Turquia decepcionaram que gosta de corrida e de F1.
Em suma, o que aconteceu este ano deve ser repensado e analisado pelo novo presidente da Fia seja ele quem for, por Bernie Ecclestone e por todo mundo que quer o bem da competição, independentemente do motivo. Se no ano que vem a coisa degringolar de novo para as decisões dos homens de terno em vez dos homens sujos de graxa, pode ser o fim de uma era do automobilismo no mundo todo. Que faz tempo já não tem o romantismo de antes e agora pode significar perdas muito maiores do que antes.
2 comentários:
Caro Thiago,
Gostaria de comentar sobre dois aspectos do seu texto:
1) Vim aqui, como tenho ido em todos os posts sobre o resultado do campeonato para ver o que os entendidos de F-1 acham do piloto Jenson Button, o campeão mundial de 2009. Como nos outros blogs, opinião pasteurizada, o que não é ruim não, só reforça que Button é aquele cara do meio... medíocre.
2) Aliás, nem tão pasteurizada foi a sua opinião sobre Button, pois você disse que Barrichello é melhor que ele. Partindo-se desse princípio, Barrichello então foi incompetente, pois poderia ter feito como Button fez na segunda metade do campeonato: copiar o carro do companheiro de equipe.
Enfim, para quem já acompanha F-1 há 41 campeonatos (desde o campeonato de 1969), posso te garantir, esse foi um dos piores campeonatos que assisti. Barrichello e Button não estão entre os cinco melhores pilotos da atualidade.
Abraços e sucesso,
Nelson
Nelson, por isso comentei do caso dos difusores e os fatores políticos que envolveram este campeonato. Não tem como negar que esta temporada deixou muito a desejar e que os pilotos que brigaram pelo título não estão entre os melhores. Acompanho faz 15 anos corridas (bem menos que você) e creio que nem na época do domínio pleno da Ferrari assisti campeonato tão insosso.
Obrigado pela sua palavras e volte sempre.
Postar um comentário