1 de out. de 2009

Olimpiada no Brasil? Sou contra!

Bom, antes de começar: não é nada contra ao Rio de Janeiro. Alias, acho que o único lugar que deveria sediar a Olimpíada no Brasil seria o Rio de Janeiro, por sua beleza, importância histórica e visibilidade internacionalmente reconhecida e comprovada. Por tanto, não é aceitável dizer que existiria de minha parte uma torcida contra ao Rio, mas sim, uma Torcida contra o Brasil, independente do local.

Então vamos lá. Vou ressaltar a parte boa da conversa. O Brasil é economicamente um país forte e reconhecido como força expoente no mercado internacional. Portanto, teria tanta força nesta disputa como teve Pequim quando eleita para sediar a Olimpíada de 2008. Afinal de contas, um pais que arrecada mais de 700 bilhões de reais no último ano, tem como bancar toda estrutura requerida para um evento deste porte, certo? É quase isso, porém…

Existem duas questões que me preocupam e que vêem a frente da questão econômica, muito difundida como questão primordial para realização aqui. A primeira é o famigerado “Legado”. Seja ele social, seja ele de infra-estrutura, estamos em frente da mesma questão que tomou conta no inicio desta década quando da escolha do mesmo Rio de Janeiro para sede do Pan-americano de 2007 até sua realização, onde ficou mais do que evidente que não houve nenhuma melhoria clara para cidade. Houve promessas desde a despoluição da baia da Guanabara, como aparelhamento e melhoria da segurança pública e criação de uma nova linha do metro para facilitar o transporte. Nada disso é visível atualmente e a sociedade carioca ainda sofre dos mesmos problemas sociais que iriam ter melhorias. Em algumas áreas, a situação até piorou. E no final, apenas sobraram elefantes brancos, como o complexo Maria Lenk, que não pode ser usado numa eventual Olimpíada, o Engenhão, que não é utilizado pela comunidade em volta do estádio como deveria ser, além da Arena Olímpica, que foi cedida para Iniciativa Privada e transformou-se na Arena HSBC.

E por que isso aconteceu? Esta é minha segunda preocupação: incompetência política. Esta incompetência foi averiguada claramente não só referente a estes casos acima, como também os abusos que o TCU verificou nas contas do Pan e a falta de uma política esportiva voltada para massificação do esporte e investimento em saúde. Afinal de contas, como o evento Maximo pode ser realizado em um País onde não existe isso?

E modelos que unem estas duas questões e um projeto bem elaborado para construção de um evento esportivo de grande porte existiam e não foi utilizada a época do Pan. Barcelona 1992 é o maior exemplo de legado deixado para sociedade. E não foi uma tarefa simples, pois houve muito jogo político em volta, além do esforço para gestão dos recursos em pró da execução plena do projeto. E agora, os catalões aproveitam todas as melhorias feitas no inicio da década de 90 do século passado.

Outro exemplo de legado e competência política é a cidade de Mar Del Plata, como mostra a reportagem da ESPN Brasil exibida no inicio do ano:

Se convivermos com um exemplo bem recente da má gestão, porque confiar que daqui a seis anos, com as mesmas pessoas no poder, algo mude? Se fosse algo para daqui a 20 anos, com pessoas novas e uma mentalidade diferente. Mas para agora, não dá.

E a pesquisa que eu deixei referente no post anterior, mesmo com erro de digitação no titulo e sem nenhuma conotação ciéntifica, comprova que muita gente acompanha a minha idéia: 100% dos votos foram para o Não!

Um comentário:

@bloggerbrasilis disse...

Tudo bem Thiago?

Encontrei seu post no Facebook. Já temos uma Copa do Mundo para 2014 que exigirá bilhões em investimentos de retorno duvidoso para a sociedade. Imagine se tivermos uma Olimpíada logo depois! As pessoas só pensam esses eventos como propaganda para o país que os sediam, mas não pensam nos custos que a sociedade como um todo pagará, como por exemplo, o aumento significativo da dívida pública, pois quem terá que construir estádios e parques olímpicos, além de toda a infra-estrutura das cidades onde eles acontecerão, será o setor público. O setor privado está cada vez mais cauteloso para investir em eventos de retorno muito duvidoso. Um abraço e sucesso!!!