Jardim Romano, extremo leste da cidade de São Paulo. Bairro distante do centro da Cidade. População carente, baixa renda per capita. Esta nas manchetes todos os dias por conta da situação caótica que o bairro encontra-se devido as chuvas que provocam alagamentos constantes e que não acabam. Algumas ruas estão embaixo da água desde o final do ano passado. Nada poderia ser mais trágico do que ocorre lá. Mas a questão não é apenas a lama que cobrem as casas. Mas a lama que cobre o ser humano.
Interesses de todos os lados, medidas que não visam o bem comum, negociações falhas e falta de respeito com o próximo. Tudo isso incluso em meio as gotas que vêem do céu e que só aumentam a frustação de quem está embaixo.
O Jardim Romano não é uma região totalmente abandonada. Pelo contrário. Um Céu e uma estação de trem foram construídas naquele local. E ainda um trecho do Rodoanel passará perto daquela região, sendo que as primeiras obras já foram feitas. Além disso, algumas fábricas existem naquela região, como uma conhecida produtora de Pães e doces. Porém, nada disso afasta o problema. Em certos ângulos, até aproxima o problema.
A prefeitura de São Paulo age como se fosse uma instituição de caridade. Aqueles que estão com problemas, lhe dão dinheiro e diz “se virem!”. Foi o que aconteceu no Jardim Romano. A prefeitura entregou cheques com quantias no valor de 11 mil reais para as famílias que viviam em áreas de risco para saírem do local e pagar o aluguel de casas provisórias enquanto eram construídas moradias fixas da CDHU. O que aconteceu? Os moradores não saíram, e pior: com o dinheiro pago, compraram ou ampliaram moradias nas imediações das áreas de risco.
E a comunidade o que está clamando do outro nada? Nada que possa ser ouvido! Existe um líder da localidade, filiado ao PT, que não quer negociar. Aos gritos e berros, xinga o prefeito e o governador do Estado dentro de sua casa, em um local mais alto que as outras no mesmo bairro. Por sinal, a casa se destaca pela beleza no meio da região pobre.
Durante as últimas tentativas de negociação, muita poeira foi jogada nos olhos dos dois lados. A Prefeitura alega que fez sua parte, “auxiliando” com o dinheiro para o aluguel e dando todo apoio necessário. O apoio seria o cadastramento dos que estão em área de risco por equipes de assistentes sociais, que não ocorreu. Algumas pessoas da comunidade não estão querendo isso, alegando que não tem garantias de ir para os apartamentos da CDHU prometidos pelo governo do Estado.
Amanhã, dia 12/01, equipes da prefeitura tentaram cadastrar novamente as pessoas. Caso haja problemas de novo na comunidade, a tropa de choque será chamada para botar ordem na casa. Que talvez não seja ordens e que muito provavelmente não será a melhor solução.
Não existem bons moços de ambos os lados, mas apenas um será derrotado. Como sempre.